20.10.2012
Banquinho Arepitas

Ethel Leon

O designer Pedro Useche revisita sua própria produção. No começo de suas atividades, sua concepção de móveis era quase escultural, sem qualquer preocupação com economia de custos e outras restrições próprias do design industrial.

Agora, com muitos anos de prática e a visão do design na indústria, ele volta a suas formas de anos atrás e as refaz, com a expertise de quem já domina o mundo das grandes séries.

É o caso recente do banquinho Arepitas. Useche comenta: “A proposta do encosto da minha primeira cadeira, a Mulher, com a diferença que os discos têm movimento pelo uso de anéis de borracha (utilizados em amortecedores de carro) entre os discos e a estrutura metálica.”  O processo de construção é eficiente, com corte a laser, dobra na prensa e madeira torneada.

Convidativo, com o assento em três discos, a redondeza repetida também nos pés maciços e a estrutura metálica quase como uma ossatura que sustenta os ‘músculos’, o banco é orgânico, não porque arredondado, mas porque é quase um negativo, contraforma do nosso corpo.

Arepitas, aliás, são bolinhos feitos de farinha de milho, muito populares na Venezuela, onde nasceu Useche. Se na cadeira Mulher, o corpo era o mote do desenho, na perspectiva surrealista, no banquinho, o corpo não é o tema, mas o motivo.

Ao contrário de tantos designers que gostariam de entrar nos museus e ganharem aura de artistas, Useche faz o caminho contrário, em favor da produção massiva e de qualidade.

Fonte: Agitprop - Revista Brasileira de Design

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